Alfabetização Científica de alunos do Ensino Superior frente às implicações da Engenharia Genética e à idealização do “melhoramento humano”
Metadados
Título
Alfabetização Científica de alunos do Ensino Superior frente às implicações da Engenharia Genética e à idealização do "melhoramento humano"
Ano de Defesa
2015
Grau de Titulação
DA
Autor
Eduarda Maria Schneider
Orientador
Maria Júlia Corazza
Nome do Programa
Educação para a Ciência e a Matemática
Instituição de Ensino
UEM
Cidade
Maringá
UF
PR
Palavras-Chave
Análise Quantitativa; Ensino de Ciências; Alfabetização Científica; Biologia Molecular; Eugenia.
Modalidade
Regular
Nível de Ensino
ES
Componente Curricular
Ciências
Público Alvo
Alunos
Problema de Pesquisa
N. I.
Objetivo Geral
Compreender a contribuição do ensino superior para a alfabetização científica dos cidadãos, mediante uma formação que possibilite aos estudantes integrar conhecimentos, valores e práticas sociais no que diz respeito ao desenvolvimento da engenharia genética e sua relação com a eugenia.
Objetivos Específicos
1) Elaborar, validar e aplicar um questionário quantitativo na escala Likert; 2) Analisar indicativos de conhecimentos, valores e práticas de acadêmicos dos cursos de Ciências Biológicas, Enfermagem, Medicina, Direito, Pedagogia e Letras de uma universidade brasileira e de outra portuguesa em relação à engenharia genética e à idealização do melhoramento humano.
Resumo
No cenário atual do desenvolvimento científico e tecnológico, uma das áreas da ciência que se destaca devido à sua acelerada produção de conhecimento, é a engenharia genética, referente ao conjunto de técnicas que envolve a manipulação do material genético. No entanto, as aplicações dessas novas técnicas, que prometem a solução de problemas relacionados à espécie humana, devem ser analisadas com cuidado, uma vez que podem corresponder a uma ideologia perigosa, baseada em princípios antiéticos, tal qual ocorreu no movimento eugênico do final do século XIX e início do século XX. A eugenia, que objetivava o melhoramento da espécie humana, transformou-se em um movimento de caráter racista e discriminatório. Ao reconhecer as aproximações entre os avanços da engenharia genética humana e a ideologia do movimento eugênico, é importante estudar possibilidades de inserir discussões desses temas nos diferentes níveis de ensino e averiguar como esta abordagem vem sendo realizada para a formação de cidadãos críticos e participativos nas decisões sociais. Nesse contexto, objetiva-se com esta pesquisa construir, validar e aplicar um instrumento de investigação sobre conhecimentos, valores e práticas apresentadas por estudantes do ensino superior acerca da engenharia genética e idealização do “melhoramento humano”. A pesquisa foi realizada com universitários dos anos iniciais e finais de cursos das áreas de biológicas e de humanidades de uma universidade localizada no Brasil e outra em Portugal. A metodologia de elaboração, validação e análise do instrumento seguiu a abordagem quantitativa, baseada na escala do tipo Likert, testes estatísticos como o Alpha, KMO e Bartlett, bem como análise dos componentes principais (ACP), das frequências, das médias e das correlações dos componentes, calculadas com o auxílio do programa Statistical Packet for Social Sciences (SPSS). Em relação à validação do questionário, os testes estatísticos aplicados evidenciaram valores satisfatórios de confiabilidade semântica e estatística, mostrando-se válido como instrumento de pesquisa. A ACP resultou em três componentes principais com cargas fatoriais similares ao conjunto de dados do Brasil e de Portugal, que foram classificados, respectivamente, como valores, práticas e conhecimentos, demonstrando a validade dos componentes e do modelo KVP para analisar concepções sobre o tema investigado. Os resultados das frequências e das médias do componente I indicaram que grande parte dos estudantes pesquisados demonstra valores deterministas quanto ao uso da engenharia genética para o melhoramento da população humana e seu aperfeiçoamento quanto às doenças. Contudo, a maioria dos acadêmicos das duas áreas investigadas, nos dois países, evidencia valores sistêmicos quanto ao uso desta tecnologia para buscar o aperfeiçoamento de características físicas e intelectuais. Na análise das frequências e médias do componente II constatamos que a maioria, tanto no grupo de estudantes de biológicas, como de humanas, nos dois países, apresenta respostas coerentes com práticas contrárias às ideologias do movimento eugênico. Em relação à análise do componente III, verificamos que grande parte dos respondentes dos dois países apresenta conhecimento das leis de biossegurança e da complexidade das interações entre a herança genética, ambiental e do desenvolvimento do organismo, mas não detêm conhecimentos sobre o termo eugenia e são céticos ou desconhecem a possibilidade da escolha do sexo e da seleção de embriões saudáveis. De modo geral, os resultados alcançados evidenciam a validade do instrumento e deste tipo de pesquisa para a investigação dos conhecimentos, valores e práticas sobre